Em 1953, Francis Crick, James Watson e Maurice Wilkins revelaram a estrutura tridimensional do DNA, um marco na biologia molecular. Simultaneamente, em 1956, a primeira fábrica de inoculantes surgiu em Pelotas, RS, inicialmente para leguminosas e posteriormente para soja. O uso de Bradyrhizobium na soja é crucial para a economia brasileira e sua competitividade global.
A Revolução Verde das décadas de 1960 e 1970 impulsionou a produtividade agrícola com fertilizantes, pesticidas e melhoramento genético, negligenciando o papel da biota do solo.
Compreendendo a estrutura do DNA e a importância dos micro-organismos, surgiram perguntas sobre a composição e funções da biota do solo. Técnicas como o sequenciamento de Sanger (1976) e a PCR (1983) foram marcos. O progresso subsequente no sequenciamento de segunda geração e bioinformática ajudou a responder parcialmente às questões.
Há trilhões de espécies bacterianas no solo, mas cultivamos menos de 90%. Apesar das áreas não exploradas nas "ômicas", temos conhecimento para identificar micro-organismos benéficos e prejudiciais, além de fatores que afetam culturas e o microbioma.
Podemos ir além dos inoculantes tradicionais, reduzindo custos e perdas com fertilizantes e pesticidas. A manipulação do microbioma destaca-se, estimulando micro-organismos benéficos no solo e nas plantas.
O esquema ilustra as interações micro-organismo-planta e estratégias em discussão, como modificação genética para compostos específicos, inoculação de micro-organismos-chave, metabólitos microbianos, transplante do microbioma e microbiomas sintéticos.
Vivemos uma nova "Revolução Verde" com MICRO-ORGANISMOS NA AGRICULTURA. Além dos bioinsumos atuais, devemos nos preparar para abordagens inovadoras na microbiota do solo. A questão é se os bioinsumos atuais podem ser eficazes na manipulação do microbioma e se estamos prontos para esse desafio.
Imagem e texto originais do autor: RLF Vasconcellos.
Comentários